terça-feira, 12 de março de 2013

O primeiro beijo de Betty e Armando


Capítulo 62 parte 1 de 4

O telefone toca. É Marcela. Betty pede que Armando atenda. Armando a deixa só para fazê-lo, porque o som da música é muito alto ["La Sirena", salsa muito desconcentrante]:

A -  Estou aqui, trabalhando com Mario e Beatriz. Estou numa danceteria, sim. Trabalhamos até agora, e não havia mais nenhum lugar aberto onde pudéssemos comer.  Se não acredita, venha até aqui e confirme, ou mande a Patrícia Fernandes.

Marcela - Se está com Mário, e com a "beleza", não tenho porque desconfiar. Só queria saber se estava bem, e à que horas viria.

[Armando desliga o telefone, e recomeça o seu mantra] "Adriana Arboleda, Adriana Arboleda, Adriana Arboleda"

De volta à mesa, com Betty:

B - Dr. Armando, o Sr. quer que eu continue falando sobre a maquiagem do balanço?

A - Não, eu quero que falemos de você e de mim. Você deve pensar que eu não sou agradecido por tudo o que você faz por mim...

B - [Betty o interrompe] Eu sei que o Senhor é uma pessoa muito ocupada, e que não pode ficar o tempo todo me agradecendo. Além do mais, sou paga para tudo o que faço.

A - Será que você pode me deixar concluir, por favor. Eu  reconheço tudo o que você faz por mim todos os dias. Talvez você me ache um indolente, um insensível, um... homem de pedra, mas eu não sou.  E eu quero dizer uma coisa que nasce em mim: você é muito especial para mim!

Começa  a canção  "Loucura Mia", e os dois se calam. Ao redor casais começam a dançar e a se beijar.

A - Bonita música, não?!

B - Sim, é divina!

A - [sem olhar para Betty, e com ar de desdém] Dançamos ou o quê?

B - Como? Você e eu?! Está certo, Dr.? Nunca o havia visto assim, e não pensei que te interessaria dançar comigo!

A - [já sem paciência, Armando finalmente olha para Betty] Quer ou não quer dançar? Sim ou não?

B - Sim

A - Dancemos, então [e levanta, deixando Betty sozinha à mesa, pensando: "me chamou para dançar!, me chamou para dançar!! Isto é só um sonho!]

Já na pista de dança, Armando a recebe impaciente. Desajeitados, começam a dançar:


B - Desculpa, Dr., faz muito tempo que não danço!

A - Eu também não sou um expert.

Enquanto Betty mal consegue se conter de tanta felicidade, Armando olha extremamente encabulado para os outros casais ao redor.

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Num bar, Nicolas bebe com os advogados responsáveis pelo embargo da Terra Moda sobre a Ecomoda, que confessam achar muito estranha a relação entre as duas empresas. Apesar do grande prestigio da Ecomoda, e de haver tanto dinheiro envolvido, ambas andam juntas, numa relação amigável, como de "concubinato" . Se aproxima uma "dama", que os advogados apresentam à Nicolas como uma das trabalhadoras mais requisitadas do lugar. Ela o cumprimenta com um beijinho no rosto e sai.

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De volta à Danceteria, Armando e Betty ainda dançam ao som de "Loucura Mia". Ele com expressão de desespero no rosto (sente asco, e vergonha), e ela absolutamente encantada com aquele momento mágico. Ambos, muito admirados, pensam (cada um à sua maneira): "Não acredito!, não acredito!!!"

A canção romântica termina, e Betty começa a dançar a salsa que se segue. Armando, porém, faz-lhe sinal para que voltem a se sentar (terminou o seu suplício!). Já na mesa, Armando bebe mais um gole de uísque:

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Capítulo 62 parte 2 de 4

B - Desculpe que eu me meta, Dr., mas não acha que está bebendo demais? O Senhor tem que dirigir!

A- Você quis que o Mário não se fosse, que não bebêssemos, que não dançassemos! Sou uma pessoa tão aborrecída assim?

B - Claro que não, Dr.. Mas eu sei que o Sr. está muito estressado com a empresa, com a Dona Marcela. Aqui não é lugar para o Senhor, e a companhia não é a que o Sr. está acostumado!

A -  Beatriz, estou estressado, sim, nervoso pela empresa. E cansado da Marcela. Mas agora eu estou bem, aqui, feliz, tomando bom uísque num lugar diferente, me desestressando. E  quanto à companhia...  [num esforço enorme] a companhia me encanta, Betty.

B - Eu acho melhor o Sr. beber menos, pois já não sabe o que está falando!

A - [rindo] Como não sei o que estou dizendo? Porque disse que me encanta estar com você?, porque te convidei para dançar? Eu te digo uma coisa, Betriz, se você tivesse ido embora quando começamos a trabalhar juntos, nada teria me ocorrido. Mas se você for embora agora, eu não suportaria ficar sem você!

B - É questão de costume, Dr.. Se eu me for da Ecomoda deixarei tudo organizado, para que uma nova assistente possa dar continuidade ao trabalho...

A - [É Armando que então a interrompe] Não, não não, Beatriz, eu não estou falando de outra assistente, não! Eu estou falando que você [Armando ri, e põe as mão no rosto, envergonhado, nem ele mesmo acreditando no que está para dizer] você me faria falta como mulher!

B - Não continue bebendo, por favor.

A - Eu preciso beber, Betty, e sabe por que? [mais um gole lhe queima a garganta] Porque preciso tirar de dentro de mim o que sinto por você! É sério, não me olhe assim! Desde que soube que você tinha noivo...

B - Mas eu não tenho noivo, Dr....

A - Não importa, desde que soube que existia esse tal Nicolas Mora comecei a me sentir mal, com um vazio dentro de mim! E me pus a pensar, perguntando-me: "Armando, o que está acontecendo com você?" E descobri que tinha ciúmes! Descobri que tinha ciúmes de Nicolas Mora!

B - Dr. Não brinque!

A - Tenho cara de palhaço? [Betty nega com a cabeça] Eu não brinco com isso.

B - Eu não tenho nada com Nicolas, e por favor, mudemos de assunto, porque o Senhor não sabe o que está dizendo.

A - Não sei o que estou dizendo? Quer que eu diga uma coisa, de verdade? Eu estou obcecado por você?  [e tem início o tema de "Tubarão", ao fundo, ainda mesclado com a salsa da danceteria]

Betty tenta sair, ir ao banheiro, mas Armando não permite:


A - Quietinha, quietinha, você não ouviu o que eu disse? Você me encanta, me fascina [e se aproxima, como que para beijá-la]

B - Dr., o que está fazendo?

[Armando continua se aproximando, e ao som de "Tubarão" , depois mesclado com o tema cômico da novela, a beija... com cara de quem está sentindo muito nojo!]

[Betty desmaia de emoção]

A - Beatriz, Beatriz [chama Armando, assustado e olhando ao redor]. Beatriz! Beatriz! O  que aconteceu?! Beatriz! Beatriz! Beatriz! Beatriz! Beatriz! Beatriz! [sim uma seqüência de seis "Beatriz"!]

A - Betty!!! [grita ele finalmente, e ela desperta]

B - Dr. Diga-me que isso é um sonho!

A - Isso não é um sonho, estou aqui, sou eu, de verdade, toque-me! [diz assustado, passando as mãos dela em seu rosto]

B - Dr., sinto muito. Não sei o que está acontecendo. O Sr. está muito mal, e eu me excedi. Até amanhã! [e sai correndo, deixando Armando falando sozinho]

Armando vai atrás de Beatriz, mas o garçon o segura, dizendo que não vai cair naquele " velho golpe 
do noivo abandonado que sai correndo atrás da noiva", tão comumente usado para saírem sem pagar a conta. Armando é convidado a passar pelo caixa para acertar a despesa.

Já na rua, Betty corre, assutada. Pára, olha para trás, põe a mão nos lábios e exclama, em pensamento: "Ele me beijou! Ele me beijou! O que está acontecendo?!!"

Ainda na danceteria, Armando já sentado novamente junto à sua mesa, também põe a mão nos lábios e exclama, admirado: "Eu a beijei! Eu a beijei!!!!) [o garçom lhe entrega a conta]

Betty chega em casa, de táxi. Da janela o pai a vê, e ela disfarça, agradecendo a alguém imaginário dentro do veículo.


Hermes - Betty, quem a trouxe?

B - Fred, o mensageiro da Ecomoda.

H - Mas vocês não estavam trabalhando num restaurante?

B - Sim, mas depois voltamos para a Ecomoda, e pediram para o Fred me trazer de táxi.

H - E está tudo bem?

B - Sim, papai, tenha uma boa noite.

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Já no seu quarto, Betty fala consigo mesma, explodindo de alegria:

"Hoje se realizou um sonho! O sonho mais desejado e distante da minha vida! Se realizou uma fantasia, que eu achei que só iria terminar com a minha morte!"

Ansiosa, pega o seu diário, e começa a escrever:

"Seu Armando se declarou, disse que está obcecado por mim!" [Armando sai do elevador,  já no apartamento de Marcela] "Que sentia ciumes de Nicolas, e beijou, sim, me beijou na boca! [Armando caminha, pendendo, pelo apartamento] Eu senti o mundo sumir. Pensei que era outra traição da minha imaginação, aquela que às vezes faz aparecer-me um Dr. Armando apaixonado por mim, mas que sempre some [Armando pega um copo e uma garrafa de uísque no bar do apartamento] Mas esse Dr. Armando era real! Ele mesmo me confirmou, e tive certeza quando acariciei seu rosto!" [Armando se senta, e se serve do uísque].Era o Dr. Armando de carne e osso que está ao meu lado todos o dia. Era o homem severo e implacável pelo qual me apaixonei. Foi um beijo real!"

Capítulo 62 parte 3 de 4

Já com semblante preocupado:

"Mas algo passa dentro de mim. Não sinto a felicidade que deveria sentir qualquer mulher que sonha com um homem impossível, e que se torna realidade. Não estou pulando dentro do meu quarto, nem pintando corações por todas as paredes. Tenho medo, não sei o que viu em mim, o que tenho eu para obcecá-lo, para atraí-lo, para que tenha tido vontade de me beijar!"

Armando, pendendo, caminha pelo apartamento de Marcela:

"Ele  é um homem importante, de sobrenome, de tradição. Ele é um homem cobiçado pelas mulheres mais belas! E o pior, ele está comprometido com Dona Marcela, vai se casar!  Não pode existir nada entre ele e eu, não sou a mulher para ele" [Armando pára, tira os óculos. Parece perdido, sem saber que rumo tomar]

"Eu não poderia fazê-lo feliz! Temo pensar que tudo isso foi um acidente! Ele estava ébrio, deprimido, estressado. Não sabia bem o que estava falando e nem o que estava fazendo. E se foi assim, cometi o pior erro de minha vida, porque quando amanhecer se recordará que nos beijamos, que se beijou com sua assistente feia [já no quarto de Marcela, Armando pega a foto dos dois e a contempla por alguns instantes]Aquela que tem depositada naquela salinha escura, de onde vai velar por ele as vinte e quatro horas do dia"

Armando se deixa cair sobre a cama de Marcela, e a abraça, muito carente! [Ô, dó!!!!]:

Marcela [sem despertar por completo] Meu amor, não vi você chegar!

A - Já cheguei.

M - Minha vida, por que  não vem para debaixo do cobertor?

A - Agora mesmo.

M - [notando o cheiro de álcool] Meu amor, você bebeu muito!

A - Sim, exagerei um pouco com os tragos.

M - Ultimamente você está exagerando muito com os tragos [Armando nega, com a cabeça]. Sim, então o que está acontecendo? A coleção vai bem, tudo está saindo bem! Então é o pagamento dos funcionários?

A - Sim, meu amor, é o pagamento. Em toda a história da Ecomoda nunca deixamos de pagar os funcionários, e amanhã eu não vou poder pagá-los! Vai ser horrível e eu estou angustiado!

M - Fique tranquilo, tudo vai sair bem. Amanhã  será um novo dia. Não se preocupe. Descansa, meu amor. Te amo, o que importa é que te amo.

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Novamente Betty, em seu quarto:

"Tenho medo de que quando amanheça, os dois vejamos o desastre que foi esse beijo.  Porque eu não saberei como olhar no seu rosto e ele se sentirá incomodado comigo. Talvez esse beijo seja a minha morte, porque, talvez signifique que tenha que me afastar dele. Talvez ele queira apagar tudo isso que sei. Serei uma mancha turva em sua vida, produto de uma noite de tragos. Quem sabe queira limpar tudo tirando-me da sua vida. Tenho medo do amanhecer.

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Amanheceu. Na Ecomoda:

Berta - E a Áurea Maria? Ainda não chegou?

Fred - Não. Será que aconteceu algo mal com ela?

Sofia - Não, deve ter acontecido algo muito bom! O mal que ela vai passar é se o Dr. Armando, ou a Dona Marcela, ou o Gutierres, chegarem antes dela!

Betty chega apressada, e pergunta pelo Dr. Armando. Dizem que ele ainda não chegou,  e as três entram no elevador. Já no segundo piso, as amigas perguntam por Nicolas, e Betty diz que não tem novidades. Berta a consola, dizendo que é só uma questão de tempo até que ocorra o que foi previsto nas cartas de Mariana.

Betty entra na Presidência, e contempla a mesa de Armando, a foto dos noivos.

Na recepção, chegam Marcela e Armando [este com óculos escuros para disfarçar as marcas de sua embriagues da noite anterior]. Fred disfarça e chama Áurea Maria no banheiro [onde ela não está, pois, de verdade, ainda não chegou] Armando se incomoda com o grito, e sobe com Marcela.

Betty acaricia a imagem de Armando na tela do seu computador, quando percebe a porta se abrir.

Capítulo 62 parte 4 de 4

Na Presidência, Armando reluta em entrar na salinha de Betty. Volta, contempla a foto dele e de Marcela sobre a mesa [a mesma que Betty contemplara instantes antes] e a vira para o lado, como que querendo esconder-se dela. Betty sai de sua salinha.

B - Bom dia, Dr.

A - Bom dia, Betty, como amanheceu?

B - Bem, bem, bem, Dr.. E você?

A - Bem.

B - Imagino que com uma ressaquinha!

A - Não, sabe que não. Amanheci muito bem!

B - Em todo caso, vou pedir um consumê. Hoje o Sr. tem que estar muito bem, Dr.

Armando, como reflexo de um susto muito grande, tira os óculos escuros e olha espantado para Betty, talvez imaginando em que sentido ela pretendia que ele estivesse bem, para quê?!!!! Mas Betty continua, o que o tranquiliza:

B - Temos que juntar dinheiro para fazer o pagamento dos empregados. Com licença [ao sair, Betty dá de cara com Mário, que abre a porta bruscamente]

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M - Interrompi algo? [seu tom é sarcástico]

Armando nega, com um gesto de cabeça.

M - Quero saber tudo, em uma só palavra. [smach!] Você a Beijou?

Armando confirma, com outro simples gesto de cabeça.

Mário dá uma gargalhada muito grande!, daquelas de perder o fôlego e pôr as mãos na barriga para conter a dor do riso. E pergunta a Armando:

M - Não posso acreditar! E o que sentiu?
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Capítulo 62, parte 4 de 4
Cansei, vou dormir. Depois eu continuo.

Por enquanto, dêm uma olhada lá na página "Forum", em "PRIMER BESO" (letra verde, bem la na parte inferior da página).

Lá você vai ver Mario

numa gargalhada:
¡Me morí! ¡Me morí!,

e depois sério e preocupado:
Óigame, a mí me está dando la impresión de que a usted lo afectó ese beso más que a Betty... O, o, ¿me equivoco? 

Depois eu traduzo e posto aqui, ok?!!

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